As Religiões Dos Africanos
A África é o continente onde se originou o homo sapiens. Portanto, a
história da humanidade se inicia lá. Ao contrário do que se pensa, na África antes
da chegada dos europeus, não só havia povos organizados em tribos. Houve além
do Egito, diversos reinos e impérios bastante desenvolvidos, em vários
aspectos, tais como, tecnológicos, econômicos, educacionais,
culturais, e religiosos.
Foram
alguns deles, no Sudão ocidental, os reinos de Mali e Gao; no Sudão central, os
estados Hausa e Kanem-Bornu; no golfo de Guiné, os reinos Yoruba e Benin; na
África central, o reino do Congo; na costa oriental da África, várias
cidades-estado; e mais tarde, no Zimbábue, o reino Monomotapa, que haveria de
acolher a população do Grande Zimbábue. Esses reinos tinham suas próprias
religiões. Assim, quando o comércio de escravos foi travado entre portugueses
no Brasil, e chefes africanos, diversas religiões africanas foram introduzidas em
terras brasileiras, e ganharam ao decorrer dos séculos, a identidade afro
brasileira.
Na
África Ocidental se encontra a religião africana que predominou no Brasil, a religião
dos iorubas. É uma religião iniciática, e possui no centro cosmológico: Onila,
Grande Deusa Mãe do ile, que é o “mundo” elementar no estado caótico, antes de
organizar-se. O ile opõe-se, por um lado, ao orum, que é o céu enquanto
princípio organizado, e, por outro, ao aiyê, o mundo habitado, proveniente da
intervenção do orum no ile. Enquanto todos conhecem os aspectos assumidos pelos
habitantes do orum, os orixás, e o deus otiosus Olorum, que não é cultuado, a
presença do ile na vida dos iorubas é carregada do inquietante mistério da ambivalência
feminina.
Na
morte, as componentes do ser humano retornam para os orixás que as redistribuem
através dos recém-nascidos. Há, porém, componentes imortais, pois os espíritos
podem voltar para a terra e tomar posse de um dançarino Egungum. A África
Oriental comporta 100 milhões de habitantes pertencentes aos quatro grandes grupos
linguísticos de toda a África. Mas a maioria das pessoas fala línguas bantos.
As características comuns das religiões dos povos bantos são o caráter de deus
otiosus do criador, as divindades ativas são os heróis e os ancestrais,
consultados em seus santuários por médiuns em estado de transe. Os espíritos
dos mortos também podem possuir os médiuns e recebem oferendas periódicas. Todos
os povos da África Oriental conhecem a iniciação pubertária e a maioria dos povos
bantos pratica a circuncisão e a clitoridectomia ou a labiectomia.
Na
África Central, vivem cerca de dez milhões de bantos, e os pigmeus da floresta tropical
formam três grupos principais. Um deles são os mbutis, eles acreditam que deus é
o habitat, a mata. Não possuem sacerdote e não praticam adivinhação e tem ritos
de passagem para os rapazes e moças. Na África do Sul, também emigraram vários
grupos bantos. Na mitologia karanga, a realeza sagrada realizava o equilíbrio
dos contrários: o calor e a umidade, simbolizados pelas princesas de vagina
úmida e pelas princesas de vagina seca. As primeiras deviam copular com a
grande serpente aquática, às vezes chamada de serpente Arco-Íris, que é um ser
sobrenatural presente entre muitos povos da África Ocidental e Meridional. As
princesas de vagina seca eram as vestais que alimentavam o fogo ritual. Em
tempos de seca, sacrificava-se uma princesa de vagina úmida para obter-se chuva
Hoje, o continente africano abriga numerosos povos que falam mais de 800
línguas (das quais 730 estão classificadas). E as fronteiras religiosas não
acompanham o contorno das fronteiras linguísticas. Pois, hoje em dia
basicamente “três religiões” dominam a África moderna. As religiões autóctones,
o cristianismo e o islamismo.
WR Educacional
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